domingo, 3 de maio de 2009

A importancia de Lineu

A importancia de Lineu

Comemorou-se no dia ( 23 de Maio) o tricentenário do nascimento do sueco Carl Linnaeus. Mas
quem foi Lineu e que importância tem para o comum cidadão ?A sua criatividade, curiosidade e divulgação científica permitiram ordenar, organizar e inventariar grande parte da biodiversidade presente em diferentes partes do globo.Em 1707, para se designar um ser vivo, planta ou animal, era preciso construir uma frase inteira, que chegava a ocupar mais do que um parágrafo !
Foi Lineu quem pôs fim a esta confusão, ao criar a chamada nomenclatura binominal para todos os seres vivos. A partir de então, o nome científico de cada espécie passou a ser composto por dois termos: o nome do género e o respectivo restritivo específico.A ele se deve ainda o estabelecimento da moderna taxonomia (dar nome a um táxon ou indivíduo) ao integrar todos os organismos num sistema de classificação hierárquica, baseado nas suas características observáveis. A consistente e sistemática aplicação desta classificação em que os seres vivos eram identificados e nomeados, permitiu tornar a biologia uma ciência reprodutível. À época, esta criação de Lineu correspondeu a um portal de informação com todos os benefícios potenciais para a identificação e descrição das espécies presentes nos habitats e a comunicação e divulgação de nomes reconhecidos de forma global e universal. O seu saber e amor pelas plantas motivou-o a estabelecer redes de colectores, entre padres, jesuítas, soldados, que instruía e treinava, com quem se correspondia e trocava saberes, tendo com isto contribuído para o conhecimento e inventário de novas espécies.
Hoje em dia, o princípio desta classificação ainda é válido, mas a taxonomia já não é apenas uma ciência descritiva pois serve-se de novas ferramentas, como a biologia molecular e a sequenciação do DNA, para ajudar a esclarecer dúvidas de classificação. É mesmo impensável estudarem--se as relações de parentesco, a evolução das espécies ou das populações sem utilizar marcadores moleculares ou a sequenciação de DNA.
Mas no mundo de mudança que actualmente vivemos, onde a perda de biodiversidade é uma realidade e onde muitos dos recursos vegetais estão ainda por identificar e caracterizar, é difícil não usar ou menosprezar o conhecimento tradicional dos naturalistas, dos botânicos, que conjugam em si saberes integradores sobre as espécies, a sua biologia e ecologia.Antes que os botânicos se tornem dinossáurios e dêem lugar apenas a biólogos vegetais, antes que a análise molecular e a sequenciação dos genes induzam a alienação do estudo das espécies na natureza, será interessante perspectivar os novos desafios que se colocam à taxonomia moderna.
Estabelecer equipas interdisciplinares com biólogos moleculares e botânicos; organizar chaves simples e didácticas para facilitar a identificação das plantas no campo; saber estabelecer prioridades de identificação, caracterização e conservação; divulgar ao público em geral a diversidade que se pode encontrar na natureza;estabelecer redes de "naturalistas", à semelhança de Lineu, com propósitos de inventariação, caracterização e conservação; tornar acessível, em formato digital, a informação presente nos herbários e nos inventários de campo.
No séc. XXI estes são alguns dos paradigmas que se colocam aos actuais académicos de botânica e em particular aos jardins botânicos.Reconhecer as limitações e aceitar estes desafios é comemorar Lineu e dar a conhecer ao público o seu legado.

O que é sistemática e a sua importacia

Sistematica

A sistemática é a
ciência dedicada a inventariar e descrever a biodiversidade e compreender as relações filogenéticas entre os organismos. Inclui a taxonomia (ciência da descoberta, descrição e classificação das espécies e grupo de espécies, com suas normas e princípios) e também a filogenia (relações evolutivas entre os organismos). Em geral, diz-se que compreende a classificação dos diversos organismos vivos. Em biologia, os sistematas são os cientistas que classificam as espécies em outros táxons a fim de definir o modo como eles se relacionam evolutivamente.
O objetivo da classificação dos seres vivos, chamada
taxonomia, foi inicialmente o de organizar as plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser referidas. Posteriormente a classificação passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, organização mais natural do que a baseada apenas em características externas. Para isso se utilizam também características ecológicas, fisiológicas, e todas as outras que estiverem disponíveis para os táxons em questão. É a esse conjunto de investigações a respeito dos táxons que se dá o nome de Sistemática. Nos últimos anos têm sido tentadas classificações baseadas na semelhança entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas, especialmente quando se juntam a essas informações aquelas oriundas dos outros campos da Biologia.
A classificação dos seres vivos é parte da sistemática, ciência que estuda as relações entre organismos, e que inclui a coleta, preservação e estudo de espécimes, e a análise dos dados vindos de várias áreas de pesquisa biológica. Nomenclatura é a atribuição de nomes (nome científico) a organismos e às categorias nas quais são classificados.
O nome científico é aceito em todas as línguas, e cada nome aplica-se apenas a uma espécie.
Há duas organizações internacionais que determinam as regras de nomenclatura, uma para zoologia e outra para botânica. Segundo as regras, o primeiro nome publicado (a partir do trabalho de
Lineu) é o correcto, a menos que a espécie seja reclassificada, por exemplo em outro género. A reclassificação tem ocorrido com certa freqüência desde o século XX. O Código Internacional de Nomenclatura Zoológica preconiza que neste caso mantém-se a referência a quem primeiro descreveu a espécie, com o ano da descrição, entre parênteses, e não inclui o nome de quem reclassificou. Esta norma internacional decorre, entre outras coisas, do fato de ser ainda nova a abordagem genética da taxonomia, sujeita a revisão devido a novas pesquisas científicas, ou simplesmente a definição de novos parâmetros para a delimitação de um táxon, que podem ser morfológicos, ecológicos, comportamentais etc.

Categorias
Os reinos são divididos num sistema hierárquico de categorias chamadas taxa (plural de taxon). Cada taxon inclui os que o sucedem. Tradicionalmente são eles:
Domínio (mais recente)
Reino
Filo (ou
divisão, em botânica)
Classe
Ordem
Família
Género
Espécie
Há categorias intermediárias, incluídas quando é necessário fazer distinções.
Assim, por exemplo, em botânica, além de divisão, que equivale ao filo no reino animal, existem também
série e secção.


Nomenclatura binomial
O sistema atual identifica cada espécie por dois nomes em latim: o primeiro, em maiúscula, é o género, o segundo, em minúscula, é o epíteto específico. Os dois nomes juntos formam o nome da espécie. Os nomes científicos podem vir do nome do cientista que descreveu a espécie, de um nome popular desta, de uma característica que apresente, do lugar onde ocorre, e outros. Por convenção internacional, o nome do género e da espécie é impresso em itálico, o dos outros táxons não. Subespécies têm um nome composto por três palavras.